Este espaço é dedicado ao compartilhamento de experiências vividas no Colégio Estadual Hilário Ribeiro (Niterói-RJ) onde, a partir de uma abordagem interdisciplinar entre História e Língua Portuguesa, serão apresentadas aos alunos produções literárias de autores indígenas e africanos.
Estes são mais alguns registros do trabalho realizado pelo Descolonizando com as turmas do 8º ano do Ensino Fundamental, em novembro de 2023, no Colégio Estadual Hilário Ribeiro. Neste dia, em especial, propusemos aos discentes a produção de representações imagéticas, compreendendo-as como recurso pedagógico direcionado à reflexão sobre as leituras conjuntas realizadas em sala de aula.
Nos encontros que antecederam essa atividade, foi feita uma leitura guiada de trechos do livro Ideias para adiar o fim do mundo, de Ailton Krenak. Além disso, também consideramos importante apresentar questões históricas para as duas turmas, como a diversidade dos povos originários e a presença de elementos das culturas indígenas no nosso cotidiano. Refletimos também sobre o mito da sustentabilidade ocidental e sobre como as visões dos povos originários sobre a natureza são de vital importância para fazer frente à perspectiva epistemológica da modernidade ocidental.
Vale ressaltar que, para além das artes produzidas, o Descolonizando compreende os discentes como sujeitos na construção do processo de ensino-aprendizagem, abdicando da avaliação tradicional como modelo para a aferição de desempenho e absorção dos conteúdos. Tendo em vista esta questão, seria inviável termos alcançado resultados positivos se estivéssemos ancorados no modelo de aula tradicional e expositiva, ensino e repetição, que mitiga as potencialidades artísticas e as subjetividades dos discentes.
Sensíveis à leitura do livro de Krenak, os discentes, além de compartilharem o que entendem por natureza, tiveram também a oportunidade de ter contato com as formas como os indígenas compreendem a natureza: algo que não necessariamente dissocia-se da cultura e pressupõe relações de cunho intersubjetivo. Além disso, foram fomentadas discussões comprometidas com a desconstrução do senso comum e dos estigmas sobre o que é ser indígena.
Alguns registros da nossa aula sobre "O que é ser indígena no Brasil", em parceria com o projeto Caminhos de Abya Yala - Intelectuais indígenas do continente americano.
Os discentes do do 8º ano do Colégio Estadual Hilário Ribeiro tiveram uma aula sobre as identidades indígenas, a importância do território para os povos indígenas e o Marco Temporal.
Caminhos de Abya Yala é um projeto de entrevistas com pensadores indígenas de todo o continente americano, coordenado pela professora Alessandra Seixlack, também coordenadora do Descolonizando o Conhecimento. O projeto oferece também visitas a escolas públicas e privadas do Rio de Janeiro, promovendo aulas e debates sobre a questão indígena.
Como culminância da aula de campo no Circuito da Herança Africana, os discentes do 8º ano do Colégio Estadual Hilário Ribeiro, recriaram alguns espaços visitados por eles durante o circuito a partir de suas próprias palavras e percepções. Depois, a professora de Língua Portuguesa Rachel Jogaib congregou todos os trabalhos em um dois murais da escola!
No dia 30 de agosto de 2023, o Descolonizando o Conhecimento, junto ao Instituto Pretos Novos, promoveu uma aula de campo no Circuito da Herança Africana. Yasmin, Rodrigo e Raúl, discentes do 8º ano do Colégio Estadual Hilário Ribeiro, compartilharam conosco suas percepções sobre este momento.
O fechamento da leitura do livro de Chimamanda Adiche foi com uma aula de campo: o Circuito da Herança Africana, oferecido pelo Instituto Pretos Novos. As turmas do 8º ano do Colégio Estadual Hilário Ribeiro visitaram o centro do Rio de Janeiro, revivendo alguns importantes espaços da memória afro-atlântica no Brasil, entre eles o Largo de São Francisco da Prainha, o Morro da Conceição, o Cais do Valongo e o Cemitério Pretos Novos. Foi neste momento que muitos aspectos abordados por Chimamanda em "O perigo de uma história única" ganharam materialidade para os discentes.
Nas palavras do discente Rodrigo, "o passeio teve um peso histórico e cultural muito forte. Apesar de ser um ambiente onde estávamos com os amigos, dava para ver que muitas pessoas sofreram lá, especialmente no Cemitério dos Pretos Novos. Porque dava para ver ali uma prova viva do que aconteceu naquele lugar, de que aquelas pessoas existiram mesmo".
Fotografia: Nathielle Lyra
Na culminância do primeiro semestre do projeto Descolonizando o Conhecimento, organizamos um lanche coletivo temático para as turmas de 8º ano do Colégio Estadual Hilário Ribeiro. A escolha dos alimentos foi orientada pelas heranças africanas e indígenas na culinária brasileira. Nosso objetivo era levar os discentes a refletir sobre a importância das culturas indígenas e africanas na formação da nossa sociedade, mesmo após os silenciamentos impostos pela modernidade e pela colonização. No cardápio, tivemos aipim frito, bolinho de aipim, dadinho de tapioca, bolinho de chuva e bolo de milho! Após o lanche, gravamos depoimentos dos discentes sobre os impactos do projeto até agora em suas vidas. Com certeza, foi um momento emocionante para todos nós!
Estes são registros do processo de construção das representações imagéticas sobre o livro "O perigo de uma histórica única", feitas pelos discentes das turmas de 8o ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Hilário Ribeiro.
Após a leitura do livro de Chimamanda Adiche e do debate sobre os males do colonialismo que ainda assolam o nosso país - racismo, desigualdade social, silenciamentos culturais -, os discentes foram convidados a expressar a sua compreensão sobre o assunto através de imagens. Como resultado, tivemos lindos cartazes que serão fixados em suas salas de aula, como uma lembrança cotidiana de que não dormimos colonizados e acordamos descolonizados. A descolonização é um processo permanente, que deve ser perseguido por cada um de nós!
Este é mais um registro do trabalho realizado nos encontros com as turmas do 8o ano do Ensino Fundamental, em março de 2023, no Colégio Estadual Hilário Ribeiro. Neste dia em específico, fizemos uma leitura guiada de trechos do livro "O perigo de uma história única", de Chimamanda Adiche!
Nos encontros que antecederam a leitura do livro de Chimamanda, consideramos importante abordar questões históricas com as duas turmas, como: O que é colonização? Quais as marcas da colonização no Brasil? Quais as formas de resistência à colonização tanto dos negros quanto dos indígenas? Surpresos com as descobertas, os alunos também demonstraram interesse nas diferentes formas de colonização ao longo da história, entre elas a colonização do imaginário, relatada em "O perigo de uma história única".
Sensíveis à leitura de Chimamanda e antenados às suas realidades, os alunos, empolgados, foram ágeis na correlação crítica entre o universo da autora em sua infância na Nigéria - a forte influência inglesa na literatura, no modo de vida e na criatividade - e suas próprias experiências de vida, como o pouco contato com produções negras e indígenas, tanto no universo literário quanto cinematográfico. Certamente, experiências essas que estão mudando, gradativamente, com as propostas do Projeto Descolonizando o Conhecimento levadas ao Colégio Estadual Hilário Ribeiro!
Esses são os primeiros registros de nossa ida ao Colégio Estadual Hilário Ribeiro, em fevereiro de 2023. A visita inaugural ao colégio foi importante para nos familiarizarmos com as instalações, os funcionários e os alunos, o que viabilizará a aplicação do Projeto Descolonizando o Conhecimento.
No primeiro encontro com as turmas de 8º ano do Ensino Fundamental, falamos um pouco sobre a nossa trajetória, apresentamos as propostas do Projeto e abrimos espaço para a curiosidade dos alunos em relação à chegada do nosso grupo. Enquanto alguns quiseram compreender melhor o funcionamento da UERJ e do curso de História, outros se interessaram pelas atividades dentro e fora do espaço da sala de aula que serão organizadas por nós.
Além disso, nesse primeiro contato obtivemos um dado interessante: os alunos relataram nunca terem lido livros escritos por autores indígenas e africanos. Temos certeza de que eles se apaixonarão pelos textos que escolhemos trabalhar com eles: "O perigo de uma história única", de Chimamanda Adiche, e "Ideias para adiar o fim do mundo", de Ailton Krenak!
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